sábado, 28 de abril de 2012

It's a Hard Life

O Menino – Dói… dói aqui *coloca a mão contra o peito*

“I don't want my freedom
There's no reason for living with a broken heart”
O Pensativo – Como fui deixar que isto acontecesse? Eu devia ter tentado impedir!
O Ajuizado – Sabes que não podias.

O Menino – Mas dói. Portei-me mal, não foi? É por isso?

“This is a tricky situation
I've only got myself to blame
It's just a simple fact of life
It can happen to anyone”
O Sonhador – Vale sempre a pena tentar!
O Louco – “Perdido por cem, perdido por mil!”

O Menino *mantém-se em silêncio com os olhos tristes*

“You win, you lose
It's a chance you have to take with love
Oh yeah I fell in love
But now you say it's over and I'm falling apart”
O Desesperançado – Vou soltar a corda...
O Ajuizado – Porque queres tanto magoar-te? Porque insistes em sabotar-te? De que tens medo?
O Menino – Não sei, mas tenho medo *encolhe-se*

“Yeah yeah, it's a hard life
To be true lovers together
To love and live forever in each others hearts
It's a long hard fight
To learn to care for each other
To trust in one another right from the start
When you're in love”
O Passado – Tu prometeste!
O Presente – É difícil...!

O Futuro *silêncio*

O Menino *olha para O Futuro e solta uma lágrima*

“I try and mend the broken pieces
Ooh I try to fight back the tears
Ooh they say it's just a state of mind
But it happens to everyone”
O Comandante – Erga-se! Soldado meu não se deita no chão como um derrotado à espera de morrer... Soldado meu vai para a linha da frente e, mesmo perante o medo, luta até ao fim!

O Soldado – Haverá ainda algo pelo que valha a pena lutar?

O Comandante – Responde-me tu... *pausa* Vá, coragem! *estende-lhe a mão e levanta-o*

O Menino *olha confuso enquanto estes regressam à batalha. O Menino não percebe que eles não o vêem*

“How it hurts (yeah) deep inside (oh yeah)
When your love has cut you down to size
Life is tough on your own
Now I'm waiting for something to fall from the skies
I'm waiting for love”
O Apaixonado *para O Menino* - Não tenhas medo. Também caio muitas vezes. Mas um dia, tudo terá valido a pena.

O Louco *atira uma pedra à cabeça d'O Apaixonado* - Larga-o! A culpa é tua!!!

O Menino *abraça-se à Esperança enquanto espera pela Justiça*

“Yes it's a hard life
Two lovers together
To love and live forever in each others hearts
It's a long hard fight
To learn to care for each other
To trust in one another right from the start
When you're in love”
O Adulto *para O Menino* - Não cresças, por favor.
O Menino *deita-se ao colo d’O Meigo e adormece entre lágrimas*

“Yes it's a hard life
In a world that's filled with sorrow
There are people searching for love in every way
It's a long hard fight
But I'll always live for tomorrow
I'll look back at myself and say I did it for love (ooh)
Yes I did it for love - for love - oh I did it for love”
O Menino *sonha que está agarrado à corda e, de repente, ganha asas*

Música e Letra: Queen – It’s a hard life


(Palavras escritas em Nov/2011...)

domingo, 20 de novembro de 2011

Fall, Crash and Burn

- Hey! Tu aí, pára!

- Que querem de mim? – perguntou em tom desconfiado tentanto parecer confiante enquanto ocultava o medo. Olhou em volta. As ruas estavam desertas e só então se apercebeu que tinha sido seguido até ali. – Quem são vocês?

- Não precisas de saber quem somos. Só precisas de saber ao que viemos... Temos contas a ajustar.

**********

[Voz-off a relatar o jogo]

- E o árbitro deu agora o tempo de compensação: 2 minutos ainda para jogar! 2-3 aponta o marcador. A equipa Cinza ainda acredita na possível recuperação...

E D, o nº7 da equipa Cinza recebe a bola num passo fenomenal do nº10 da equipa... D corre para a baliza, pode fazer o golo, pode ser a última oportunidade da equipa de empatar e seguir para o prolongamento... passa a bola ao nº5 deixando o defesa lateral esquerdo da equipa Prateada para trás, recebe novamente a bola, dirige-se para a baliza e......

**********

O pânico espelha-se no seu rosto. O “gajo” que o parara encontrava-se agora a uns 20cm e na sua mão um bocado de espelho partido e pontiagudo era-lhe apontado tocando de leve a sua camisa negra. Podia ser uma faca, ou um vidro, ou qualquer outra coisa, mas era um bocado de espelho partido onde se pôde ver a si próprio e, com ar horrorizado, previu o que viria a seguir.

- Não me façam mal, por favor, digam o que querem de mim, mas por favor, não me façam mal!

E sem se aperceber o outro “gajo” que ainda não tinha dito uma palavra aproximou-se por trás impedindo-lhe a fuga.

O primeiro inclina-se e sussurra ao seu ouvido:

- Esta é uma mensagem do passado...

E sentiu a lâmina contra o seu abdómen 1, 2, 3 vezes...

**********

- FALTA! Que entrada tão perigosa e dentro da grande área! D está deitado no chão agarrado à coxa direita enquanto a equipa de paramédicos se dirije rapidamente ao local. O árbitro não tem qualquer dúvida e dá cartão vermelho directo ao capitão da equipa Prateada marcando grande penalidade a favor da equipa da casa.

D levanta-se devagar e parece, aos poucos recuperar-se. Confiante no seu pé esquerdo pede para marcar a grande penalidade!

Esta é mesmo a última oportunidade da equipa Cinza para levar o seu sonho adiante e, ao fim de 4 anos de luta, conquistar finalmente o título de campeã!

Vamos lá, coragem! Depois do remate o árbitro apitará para o final dos 90min. Esta é a oportunidade de prolongar o jogo e lutar para vencer o campeonato...

E D dirige-se à bola, olha para a baliza, prepara-se para rematar........

**********

Está sem ar para respirar, nos seus olhos a dor e a agonia...

- Ainda não acabei... * 4... profundo e lento* esta é pelo presente *e 5, bem junto do coração* e esta, pelo futuro que não terás...!

Caiu no chão com os olhos vidrados e viu-os afastarem-se.

- Hey! Ele ficou mesmo mal... Não podemos ir sem chamar uma ambulância!

- Faz o que quiseres. O que eu tinha a fazer, já fiz.

E desaparecem os dois.

Sentiu as suas roupas molhadas, mas... não havia chovido. Aquela poça não era água da chuva.

**********

E o guarda-redes defendeu! É a festa da equipa Prateada! A equipa vai ao rubro enquanto os jogadores Cinza caem de joelhos no relvado desesperados... acabou a esperança...

É de facto lamentável ao fim de tanto esforço, tanto acreditar e tanto lutar, a equipa Cinza perder assim o campeonato. Era justo, era merecido, mas a vida é assim... Os Prateados são os campeões de mais uma temporada e aqui termina a nossa emissão com os parabéns ao campeão oficial desta temporada.

**********

O telemóvel vibra e num último esforço pega-o. Os olhos brilham ao som daquela voz:

- Duarte, desculpa não poder estar contigo agora, já sei o que aconteceu e queria dar-te um abraço... vais ver que da próxima conseguirás... estás bem?

E sorrindo entre lágrimas feliz por ouvir a tua voz, respondeu apenas:

- Estou... - e adormeceu.

domingo, 6 de novembro de 2011

Diálogos VII

- Esperava mais de ti Gilbert. Enganaste-te... outra vez!
- Perdão, Vossa Majestade.
- Sabes a dor que isso me causa?
- Sei, mas não posso esperar ser o escolhido quando esse coração me atribui menos do que a medalha de bronze. A única coisa de que me posso culpar é de não ser bom o suficiente...
- Nunca és!
* Gilbert baixa a cabeça sentindo, mais uma vez, a dor de uma nova rejeição [ansiedade por antecipação]*
* O Louco salta do texto anterior e volta a atirar-lhe uma pedra à cabeça repetindo: "A culpa é tua!"*
- Gilbert estás dispensado das tuas funções.
- Mas Majestade...! Deixe-me pelo menos continuar a tentar e a lutar... por favor!
- Não! É tempo de largares a corda. Não vou permitir que subas mais alto e que a queda se torne ainda mais desastrosa. Estás dispensado por tempo indeterminado... talvez assim não causes mais dor...
* O Cavaleiro Gilbert ergue-se e retira-se
EDIT (7/Nov/2011) preparando-se para desobedecer ao rei tentando uma última vez*

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu ando à tua procura e tu andas à procura de mim. Um dia destes encontramo-nos, cara-metade =).

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Inconstância do incompreensível

Tu, que assumes formas que não são as tuas, me perturbas em cada olhar. Transformas cada certeza em confusão e dúvida.

Não percebo este misto de felicidade, mágoa, dor, prazer e saudade. Deixa-me gritar e sair daqui, deixa-me sair desta bola de vidro. Porque me prendes?? Olha nos meus olhos e lê o que sinto porque já não consigo dizê-lo em palavras e as palavras soltam-se sem rumo ou direcção, sem nexo e sem razão.

Passas de um lado para o outro e não passas e não estás lá. Turbilhão que anda à roda deste tempo que corre sem parar. As páginas soltam-se e voam com o vento e tudo passa diante dos meus olhos. Não consigo fazer essa pausa. Ansiedade corrói e não dá descanso. Acredito em notícias passadas de um futuro não real e espero pela concretização de promessas sonhadas.

Larga a minha mão e deixa-me vaguear. Não sei para onde vou e não sei se quero saber. Confortável neste caminho mas fugindo de um passado sem sentido que persegue e tenta alcançar.

Persegues-me para que não me percas de vista e para que eu possa morrer e renascer cada vez que olhar para ti. O que quero está ao meu lado e à minha frente, não atrás. Não vou mais fugir de ti, mas manterei distância para que não me acerques novamente.

Toca-me mas não fujas, fica aqui a partilhar o silêncio comigo, porque o silêncio e as trocas de olhares também são formas de falar sem palavras. Não preciso de te dizer o que sinto.

Envolto em águas cristalinas me deixo ficar porque estou bem aqui. Enquanto espero por aquele destino que se apressa a chegar.

Período de decisão e mais tarde mágoa, dor e traição para uma nova vida da Fénix e o consolidar de aprendizagens ainda por adquirir.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Caixa de Pandora II

Sentiu-se sair do seu corpo. Uma luz despertou-o e não sabia onde estava. Frio e sem brilho nos olhos, já sem medo porque nada mais havia a perder.

"Então, já desististe?" disse uma voz familiar.
"EP...!" - exclamou atónito e tomado de um terrível misto de tristeza, raiva, nojo, dor e angústia - "Ganhaste. Espero que estejas feliz agora..." [Aperto no peito. Vontade de arrancar de si aquele coração cheio de mágoa venenosa que o consumia e destruía a cada segundo.]
"Sabes, acho que nunca percebeste o verdadeiro propósito da minha existência. Eu não sou teu adversário. Sou apenas uma parte de ti que sabe um pouco mais sobre o que te espera."
De joelhos no chão, mãos na cabeça, confuso e tomado de desespero enquanto os seus olhos turvos de lágrimas o cegavam, respondeu-lhe a meia voz e sem o olhar nos olhos - "Não entendo o que fizeste ou porque fizeste isto comigo... Eu não merecia... Deixa-me! Não me toques! Estou demasiado ferido para me conseguir levantar. Deixa-me em paz! Estou morto. Morri."
"Eu vejo o que tu não queres ver. Eu obrigo-te a lidar com o que teimas em deixar de lado. Eu desafio-te para que possas crescer. Eu não te destruo, apenas te ensino, para que te tornes mais forte. Abri a tua pequena Caixa de Pandora, para que possas lidar com cada um dos medos e resolver cada questão deixada a meio. Agora dói, mas precisas de ser forte para que estejas preparado para o que há-de vir. Tens contigo a Esperança. Usa-a."
"Como ousas falar-me na Esperança se estou destruído?! Feito em pedaços. Desfeito...! Vês o meu corpo? Feito em pó!... Como esperas que se levante??!" gritou tomado de raiva e desespero.
"Tens razão, ele não se erguerá por si só... Mas sabes, não tens que te levantar sozinho... Houve algo que tu não viste... Vem até aqui e olha lá para baixo."

Limpou as suas lágrimas e a visão deixou de estar turva, olhou para o seu corpo e rendeu-se perante a imagem que o tomou... À volta do seu corpo estendido e semi-morto estavam vários anjos sem asas, de mãos estendidas e olhares de compreensão, prontos para ajudar a curar as feridas e reconstruir a sua alma quebrada...

(palavras escritas a 10/Jun/2010)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Caixa de Pandora I

E do nada abriu os olhos... doíam de tão inchados que estavam. A sua boca sabia a sangue, a cabeça parecia querer explodir, o peito ardia e mal se conseguia mexer. Tentou chamar alguém para pedir ajuda, mas a voz não lhe vinha.
Estava só, perdido e incapacitado. Começou a chorar num misto de desespero e angústia. Não sabia o que se passava, porque estava tão triste ou sequer o que acontecera. Sabia apenas que... não, não sabia nada.
Deitado naquela terra escura, encolheu-se sob si próprio como se quisesse comprimir-se até desaparecer.
Um relâmpago rasgou os céus negros e imediatamente começou a chover com grande intensidade. A terra tornou-se lama e ele desejou fundir-se com ela.
Confuso, perdido e sem esperança. Vazio. Morto. Apagado por fora, destruído por dentro. Achou-se merecedor do sofrimento e da dor e ali se foi deixando ficar.
Vergonha. Dor. Culpa. Agonia. Culpa... Culpa.
E entre lágrimas adormeceu.

(palavras escritas a 8/Jun/2010)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nenhuma forma de ver a vida, nenhuma forma de pensar nem nenhuma forma de sentir é absolutamente imutável. Só conseguimos realmente crescer se estivermos receptivos às pequenas mudanças.

Diálogos V

Ele ali continuava. Concentrado em cima do tapete do quarto sem que nada à sua volta demovesse a sua atenção.

- Hmm, acho que mais uma vez não estou a conseguir perceber a figura… Humm, aquela peça vai encaixar aqui e aquela ali. Sim, encaixa e acho que faz sentido. – Parou para olhar à sua volta. - Tantas peças ainda por encaixar… Nem percebo o que esta é! Nem esta! =S – Exclamou pegando numa e depois noutra.

- Estavas a falar comigo?

- Não, estava a falar comigo.

- Que estás a fazer?

- A montar um puzzle. – Respondeu sem sequer olhar para cima.

- Estás a conseguir?

- Não sei. Não sei se tenho as peças todas e, às vezes, nem percebo se algumas pertencem aqui ou a outro puzzle qualquer. Achava que estava a perceber a figura, mas acabei de encontrar peças que não encaixam… Não entendo – Disse confuso e de testa franzida. – Quase parece que não fazem parte do mesmo jogo…

- Qual achas que é a figura?

- Primeiro pensei que fosse uma rosa, depois pensei que pudesse ser um coração, pensei também que pudesse ser um céu com estrelas a brilhar, a certa altura fixei-me na possibilidade de ser um par de namorados a olhar o infinito, cheguei até a ver um menino a chorar… Mas neste momento não consigo sequer pensar o que possa ser… - Suspirou. - Não sei. As peças são demasiado pequenas para perceber com clareza sequer os traços nelas contidos e algumas delas mudam de forma e cor, mesmo depois de encaixadas. Fica sempre a dúvida… - Disse desencaixando uma das peças para a colocar novamente de lado. - Não sei sequer se algum dia o completarei. Acho que conseguirei fazer pequenos conjuntos ter sentido, mas não sei se conseguirei juntá-las todas. Aliás, acho mesmo que nunca o conseguirei fazer… tenho medo de só estar a ver o que quero ver… Afinal não consigo entrar dentro da cabeça das outras pessoas…

E continuou, olhando ora para as pequenas peças em seu redor, ora para o que tinha montado.

- Sabes que ninguém consegue a descentração completa de uma figura à qual pertence… E quem está de fora, muitas vezes, não tem as peças todas. Mesmo quando olha com atenção acaba por misturar-se no puzzle e é mais um que se junta gerando mais uma quantidade de hipóteses e figuras possíveis.

- Então estaremos nós condenados a ver apenas uma pequena parte da figura e nunca compreendê-la completamente como um todo?

- Provavelmente.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Neste canto te observo,
Noto cada movimento teu…
Quero ir até onde estás
Mas meus pés estão fixos no chão.

Os olhares cruzam-se
E voas até mim…
Sonho,
Ansiedade,
Felicidade,
Medo aterrador!

Não me consigo mexer,
Hipnotizaste-me e prendeste-me!
E daqui não consigo sair…
E daqui não quero sair!
Não vejo mais nada à minha volta
Está tudo distorcido,
Só te vejo a ti
A dançar em câmara lenta
Ao som da música que toca baixinho…

Que fizeste comigo?
Estou incapaz de movimento algum…
Dominaste-me sem uma palavra
Como é isso possível?

O teu rosto escondido
Não me deixa alcançar-te
Tens a cara tapada
Não sei quem és!
Revela-te e dá-me a mão...
Desprende-me e dançarei contigo…
Ou então mantém-me aqui
E não me deixes acordar,
E ficarei a ver-te assim
Pedindo para a música não acabar…

(Palavras escritas a 18/Março/2010)